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chris curry nm lChAXnFs unsplash

Do que é feita a nossa roupa?

Quem entra numa loja de roupas e vê aquela multiplicidade de modelos, cores, composições e tamanhos raramente se detém para pensar no que está ali, no que aquela variedade significa e no que cada uma daquelas peças sintetiza. Uns poucos até olham as etiquetas, mas em geral só queremos saber se aquela peça nos cai bem a nós e ao nosso bolso.

É claro que, na imensidade de coisas em que temos de pensar todos os dias, uma peça de roupa é apenas uma peça de roupa, um pedaço de pano arranjado justamente para nos deixar mais satisfeitos.

Mas, se nos dispusermos a pensar sobre aquela peça por apenas alguns segundos, o universo das coisas que a compõem se revela, e abre-se-nos um outro mundo. De perguntas.

Uma roupa pode ser feita a partir de materiais naturais como os fios, as peles e o couro, ou artificiais como o poliéster e o nylon.

Uma peça de algodão, por exemplo, nasce do cultivo da planta, com a semeadura, fertilização, irrigação, controle de pragas e colheita manual ou mecânica; passa pela tecelagem, que consiste em uma sucessão de etapas técnicas para transformar a fibra em fio e depois em tecido; e pelo tingimento, que pode ocorrer nalguma dessas etapas. Feito o tecido, inicia-se a confeção da roupa, que por sua vez consiste em processos de design, corte, costura, estampagem, bordados, inserção de adornos e acessórios como botões e fechos… e finalmente a embalagem e distribuição.

As peças de pele e couro, outros fios como a seda ou a lã, e também as sintéticas e derivadas de petróleo acabam passando por seus próprios processos até chegar às lojas, mas todas elas seguem um longo percurso que também envolve muito trabalho e muitos recursos naturais.

Se a coisa já parece complexa aqui, imagine se começarmos a fazer perguntas: o cultivo do algodão foi feito de forma convencional ou biológica? Em monocultura ou rotação de culturas? Quanta água foi necessária para a sua irrigação? Pesticidas químicos ou naturais? Quem colheu as plantas vive em condições dignas, foi remunerado? Quais produtos químicos foram empregados no tingimento e estamparia? As águas residuais foram tratadas? Quanta energia foi gasta nesse processo todo? As pessoas que trabalharam nessa cadeia produtiva tiveram adequadas condições de trabalho e saúde? Receberam ordenados justos? Conseguem pagar as suas contas e viver dignamente? 

E cada uma das respostas pode gerar ainda mais perguntas relativas à biodiversidade, às emissões de carbono, à poluição dos rios e oceanos, aos direitos humanos e trabalhistas, à responsabilidade das marcas e governos…

Ou seja, a roupa que vestimos agora, assim como cada uma daquelas nos infinitos cabides das lojas, não é feita só de tecido. Na verdade, ela é feita de um pouquinho do nosso solo, um pouquinho da nossa água, das nossas plantas ou do nosso petróleo; é feita daquilo que outros seres vivos deixarão de poder usar, do que pode ser regenerado ou do que já se vai esgotar; é feita inclusive de tempo de vida roubado do planeta e de transformações climáticas e ambientais. E infelizmente, na imensa maioria das vezes, é feita de exploração infantil, jornadas intermináveis, condições insalubres, trabalhos forçados, violência, fome, medo e dor.

Sim, nós literalmente podemos estar a vestir sangue, suor e lágrimas.

Na próxima vez que se vestir ou entrar numa loja, pense nisso. Ninguém vai começar a andar nu ou derrubar a indústria da moda, mas é fundamental termos consciência daquilo que vamos comprar, da sua origem e dos seus impactos, inclusive para podermos escolher os produtos que estejam de acordo com os nossos valores.

Questione sempre do que é feita a sua roupa. Isso é consumo consciente.

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